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Museu de Arte Sacra abre exposição fotográfica “Encharcada”

Por Gabriel Marques (SECULT)
15/01/2021 14h56 - Atualizada em em 30/03/2021 10h37

A exposição retrata uma Belém das águas Com retratos de uma Belém das águas, a Galeria Fidanza, localizada no Museu de Arte Sacra, recebeu na noite de quinta-feira (14) a exposição “Encharcada”. A ação é uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, em comemoração aos 405 anos de Belém.

Com fotografias de 13 artistas paraenses, a mostra traz olhares diferentes sobre a cidade de Belém e seus rios, canais, chuva da tarde e cotidiano ribeirinho, fotos que convidam o expectador a se reconhecer nessas narrativas da cidade.

Mara Hermes, uma das fotógrafas da exposição, conta que Belém sempre a inspirou, mas foi sua vivência ribeirinha que abriu mais portas para um novo olhar. “Eu já tenho uma história muito íntima com a água porque já fui ribeirinha. Morei em Breves, numa casa de frente para o rio, então sempre havia esse contato. Meu pai era marítimo e ele sempre nos levava para viajar pelos rios”, relembra a artista.

“O que essa foto passa para mim é justamente a Belém da chuva. Você nota as nuvens, os barquinhos, o Ver-o-Peso e o centro histórico. Então, há muita história envolvida nessa fotografia”, completa Mara sobre seu trabalho exposto.

A curadoria de “Encharcada” buscou retratar as dinâmicas de Belém após a chuva, como explica o curador Nando Lima. “As imagens dessa exposição trazem a questão líquida. A chuva de Belém muda a temporalidade das coisas. Quando chove tudo para e você entra no ritmo da natureza, a cidade muda. Então, pensamos em trabalhar com obras que trazem representações e se combinam trazendo essa ideia da fluidez”, explica Nando.

A exposição instiga também o expectador com projeções na parede, que acabam muitas vezes incluindo o expectador em cena, como a instalação de vídeo. Outro destaque da exposição é o "Mapa Pitoresco da Cidade de Belém", que ilustra o livro de Leandro Tocantins, desenhado por Percy Lau nos anos de 1960. Uma relíquia que delineia o patrimônio, a cultura e a identidade da capital.

Segundo a pesquisadora e também curadora, Dayseanne Ferraz, falar de Belém em seus 405 anos é lembrar da característica das águas. “O tema nos remete a uma cidade que nasceu e é regida sob o signo das águas. Esta Belém quadricentenária tem no elemento água muito de sua cultura, hábitos, costumes, gostos e odores que marcam a paisagem urbana” ressalta.

A exposição “Encharcada” segue até o dia 26 de fevereiro, das 9h às 17h, na Galeria Fidanza (MAS). Entrada franca.