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Concertos da Amazônia Jazz Band e Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz disponíveis no Palco Virtual

Após um ano de fechamento do Theatro e seis meses de criação do palco, a iniciativa já contabiliza mais de 12 mil visualizações
Por Josie Soeiro (SECULT)
26/03/2021 17h30 - Atualizada em em 26/03/2021 19h07

O Palco Virtual do Theatro da Paz completou seis meses com mais de 80 concertos e espetáculos da Amazônia Jazz Band (AJB), Orquestra Sinfônica e do Festival de Ópera, disponibilizados gratuitamente ao público por meio de canal no YouTube. A iniciativa foi lançada em virtude da pandemia do novo coronavírus, em setembro de 2020. Ainda sem previsão de reabertura para apresentações no palco físico de uma das maiores casas de espetáculos do país, a modalidade digital segue como prioridade para apresentar a produção dos corpos artísticos.

O Palco Virtual disponibiliza apresentações da OSTP e AJB

Somando o canal principal e os sub-canais, já são contabilizadas 1980 inscrições e mais de 12 mil visualizações. De acordo com Daniel Araújo, diretor do Theatro, o Palco Virtual “veio para ficar”. “É uma ferramenta que é um sucesso, pela capacidade de poder continuar com o trabalho dos músicos e dos técnicos, e também pela abrangência refletida na quantidade de acessos e na possibilidade de podermos veicular as produções no mundo inteiro”, comenta o diretor.

Ele acrescenta que o projeto de realizar o Palco Virtual e tirá-lo do papel foi desafiador, sobretudo porque a programação anual da AJB e da OSTP, bem como do Festival de Ópera, já estava definida quando do fechamento do TP, em março de 2020. Durante aproximadamente dois meses, foram realizadas pesquisas de referências sobre projetos artísticos digitais e formatos viáveis para serem realizados no contexto de pandemia. Com a estabilização do número de casos de Covid, as orquestras iniciaram as gravações dos concertos, com poucos integrantes e respeitando os protocolos de segurança.

“Foi um impacto, tivemos que repensar tudo. Sabemos que a classe artística foi uma das mais prejudicadas, passando por vulnerabilidades. E nós, ainda impactados no âmbito institucional, tínhamos a responsabilidade de criar algo novo”, completa Daniel Araújo.

Do ao vivo para o gravado
Para os maestros Miguel Campos Neto, regente titular da OSTP, e Nelson Neves, da AJB, passar das apresentações ao vivo e presenciais para as gravações dos concertos também trouxe novas dinâmicas. Em comum, a sensação de alento e alegria em retomar os trabalhos com os corpos artísticos e mesmo que virtualmente, se reconectar com a plateia.

As gravações com os músicos da OSTP foram realizadas no palco do Theatro da Paz e o repertório foi selecionado com o critério da viabilidade de ser executado por trios ou quartetos. Miguel conta que é como se tivesse dividido a sinfônica em várias orquestras, o que gerou a necessidade de pensar de forma detalhada no ensaio e na execução das obras. Além disso, uma preocupação constante entre o grupo era sobre o resultado da performance no vídeo.

“O primeiro estranhamento foi não ter feedback imediato do público. Outra questão é que, ao vivo, nós tocamos do início ao fim e qualquer problema é contornado na hora, são performances quentes e viscerais, imperfeições técnicas são perdoáveis. Já gravar algo que vai ficar na internet é igualmente difícil, mas totalmente diferente, se você erra precisa voltar e regravar, não fica satisfeito, vai para o próximo take. Foi preciso nos adaptar a essa nova realidade”, comenta Campos Neto.

O maestro da Amazônia Jazz Band, Nelson Neves, também considera que a transição foi um desafio, mas ao mesmo tempo um bálsamo para a big bang, que estava sentindo falta de tocar e realizar apresentações. Os ensaios e as gravações foram feitas por naipes, ou seja, grupo de instrumentos, para depois unir o conteúdo como num concerto ao vivo. Ele revela que o entrosamento entre o grupo não foi prejudicado e que o contato constante por troca de mensagens possibilitou até mesmo a criação de novos arranjos e composições para a jazz band.

“Tudo que o músico quer é tocar e apresentar a sua arte, mostrar seu o trabalho. Trabalhamos em função do público, onde quer que a gente se apresente. A ideia de incentivar as apresentações nesse formato online foi maravilhoso, dentro das possibilidades que nós nos encontramos. Sentimos falta da plateia, da interação, desse calor, da energia entre palco e espectadores, que corre as frisas, a plateia até o paraíso enquanto estamos nos apresentando”, diz.

Serviço
Acesse o Palco Virtual do Theatro da Paz no link www.youtube.com/c/theatrodapaz_TP.

Com informações de Sorella Conteúdo