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Dia Internacional da Dança é celebrado com projeto de inclusão

A iniciativa foi uma das 106 contempladas pelo edital da Secult, por meio da Lei Aldir Blanc
Por Thaís Siqueira (SECULT)
29/04/2021 09h46 - Atualizada em em 27/08/2021 16h23

“Foi por meio da dança que, desde jovem, aprendi a expressar minhas emoções, a me conectar com meu corpo e a criar laços de respeito com os outros. A dança representa para mim uma forma de autocuidado”, diz a coreógrafa Aide López, que atua na área há 12 anos. À frente dos projetos Cuidados pela Dança Belém e Asas e Raízes: Dança para tod@s, ela já sabe como vai celebrar o Dia Internacional da Dança, comemorado nesta quinta-feira (29): compartilhando essa arte com as alunas atendidas pelas iniciativas.

O Asas e Raízes: Dança para tod@s foi um dos contemplados pelo edital de Dança – categoria Dança Inclusiva –, realizado pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), com recursos da Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural, para auxiliar artistas durante a pandemia. As atividades gratuitas são desenvolvidas em Belém, com uma adulta e três crianças portadoras de paralisia cerebral.


O projeto atua em colaboração com o TheraSuit Studio Belém, um centro que fornece serviço de reabilitação e apoio psicológico a crianças e adultos com paralisia cerebral, autismo, entre outras condições de deficiência. Nesta quinta-feira (29), às 20h, ocorre a estreia da primeira temporada do Asas, por meio do canal do YouTube “Dança, Movimento e Cuidados Belém”.

Além de coreógrafa, Aide é mestre em artes pela Universidade Federal do Pará (UFPA), doutoranda em Psicologia e dança terapeuta. Ela conta que o projeto começou em 2020 e surgiu da necessidade de juntar diferentes propostas de colegas, em uma atuação conjunta. “A iniciativa nasceu como resposta a essas várias ideias. Procuramos promover uma dança livre, a partir do movimento autêntico de cada pessoa. Cada aula é uma sessão de laboratório de movimento, onde se trabalham diferentes estímulos sensoriais, objetos, música, luzes, figurinos, etc., para criar ambientes de confiança e movimento dançado”, explica.

Segundo ela, os recursos da Lei Aldir foram fundamentais para a execução do projeto. “Com o auxílio, conseguimos adquirir o material técnico planejado e desenvolver um processo criativo com uma produção básica, mas digna. Também foi possível remunerar os colaboradores e assim disponibilizar de maneira gratuita nossas atividades e seus produtos. Sem dúvida, o incentivo permite a realização e legitimação de projetos de inclusão, de maneira profissional e com boa qualidade”, pontua.

Fomento – O edital de Dança da Secult, com recursos da Lei Aldir Blanc, foi lançado em outubro de 2020. Foram aprovados 69 projetos, divididos nas categorias Fomento à memória (5), Festivais de dança (9), Criação e produção artística (40) e Dança inclusiva (15), além de 37 suplentes, totalizando 106 iniciativas beneficiadas nos municípios de Tucuruí, Ananindeua, Marituba, Marabá, Parauapebas, Santarém, Breu Branco, Benevides, Mãe do Rio, Castanhal, Breves, Paragominas, Bragança, Belém, Cachoeira do Piriá, Altamira, Cametá, Trairão e Abaetetuba.

“As ações executadas por meio da Lei Aldir Blanc produziram uma rica cartografia do setorial da Dança no Pará. Existem polos muito consolidados de produção contínua, como Trairão e Tucuruí. Os projetos aprovados fortalecerão a cena cultural, não só na produção de novos espetáculos, como na fruição dessa produção, por meio de festivais. Outro viés importante é o da pesquisa, com trabalhos que resgatam a história e a memória de grupos e coletivos. Os aspectos de inclusão e experiência terapêutica, presentes em vários projetos, também fortalecem a dança como uma linguagem artística que gera extraordinários resultados sociais. É um segmento cultural forte, organizado e muito presente em todas as regiões de integração do Pará”, ressalta a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal.

O Mapa Cultural do Pará registra 37.571 agentes culturais no Estado. Desse total de inscritos, 2.219 são da dança. O diretor de Artes Cênicas da Secult, Adriano Barroso, destaca a força do segmento no Estado. “Somos um povo que baila e bailando contamos nossa história. Há muito a dança já necessitava de uma ação específica de fomento e a Lei Aldir nos proporcionou atender a essa demanda. Este ano, projetos engavetados há tempos por falta de investimento estarão nas ruas ou nas redes sociais. Movimentamos com a Lei uma enorme cadeia produtiva, que vai de coreógrafos a costureiras, passando, claro, pelo intérprete. Isso nos deixa extremamente felizes”, celebrou.

Homenagem – O Dia Internacional da Dança foi uma data instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em 1982, em homenagem ao bailarino francês Jean-Georges Noverre, um dos maiores artistas desse segmento. Além de um mestre na área, Noverre registrou em seu famoso compilado “Lettres sur La Danse” (“As Cartas Sobre a Dança”) inúmeros ensinamentos sobre essa arte. No Brasil, o dia também marca o nascimento de uma das figuras mais importantes do balé nacional: a dançarina Marika Gidali, cofundadora do Ballet Stagium, em São Paulo.

 

Serviço:

Estreia da primeira temporada do projeto Asas e Raízes: dança para tod@s
Data: 29 de abril
Horário: 20h
Canal do YouTube: Dança, Movimento e Cuidados Belém