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Acessibilidade e inclusão são expoentes na tarde de sexta (03), Dia Internacional de Luta das Pessoas com Deficiência

Por Thaís Siqueira (SECULT)
04/12/2021 13h47 - Atualizada em em 05/12/2021 14h27

″Planeta Acessibilidade″ é um apoio para PcDs que visitam a 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das MultivozesAlém dos diversos estandes, a 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes também se destaca como um espaço para conhecimento, troca de experiências, descobertas e inclusão. Para esta sexta-feira (3), Dia Internacional de Luta das Pessoas com Deficiência, foi organizada uma programação especial em alusão à data com objetivo de evidenciar o protagonismo daqueles que vencem adversidades e estimulam novos desafios dia após dia.

Durante todo o evento, o projeto “Lamparina Acessa Literatura Acessível” está disponível para garantir que as Pessoas com Deficiência (PcDs) possam ter o melhor aproveitamento possível da Feira. A iniciativa busca deixar as obras literárias mais acessíveis na forma de livro falado para possibilitar uma aproximação maior com obras dos mais variados gêneros. Além disso, a ideia é sensibilizar e orientar os profissionais da educação a respeito da inclusão deste público-alvo.

Quem coordena a ação é a professora Joana Martins, que detalhou como o projeto vem funciona na Feira. “Estamos disponibilizando o ‘guia vidente’, que consiste em ter uma pessoa agindo como se fosse os olhos das pessoas cegas - seja lendo um livro, orientando, descrevendo e até mesmo auxiliando qualquer PcD durante as compras. O recurso também está disponível para pessoas com deficiência auditiva, pois caso precisem se comunicar com alguém sem conhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras), um intérprete vai acompanhá-lo e para que a conversa aconteça da melhor maneira possível”, conta. 

Para a estudante de 17 anos Vitória Vale, que nasceu com cegueira completa, o guia vidente está possibilitando maior autonomia e um melhor entendimento da programação da 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes. 

“Está sendo uma experiência muito legal, diferente de outros momentos que já vivi em eventos similares. Estamos tendo a possibilidade de ter visitas guiadas com esse apoio. Isso é muito legal e bastante interessante”, apontou a visitante.

Debates - A programação vespertina deste 3º dia começou com o “Papo Cabeça” que abordou as conquistas e desafios do projeto “Dança para Todos”, que tem à frente o coreógrafo Mauro Santos. Durante o bate-papo mediado por Amanda Campelo, Mauro destacou que a iniciativa melhora a autoestima das cadeirantes e detalhou os principais movimentos das danças artísticas e esportivas. 

Na ocasião, membros da Companhia de Dança Mauro Santos (CDMS) se apresentaram para o público e contaram sobre a preparação para um campeonato nacional que a delegação está prestes a participar. 

A religiosa Benedita Vieira veio do município de Bragança (nordeste paraense) para visitar a 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes e ficou emocionada ao ver a apresentação da Companhia de Dança Mauro Santos. “Achei que essa apresentação deixa um aprendizado fantástico, uma injeção de coragem e otimismo para todos que acham que a vida está perdida ou sofrem com depressão devido à deficiência. Eu defino esse momento como ‘vida’. Foi perfeito, lindo demais!”, afirmou.

Em seguida, a primeira roda de conversa teve o tema “Inclusão Literária: o universo da leitura e da escrita e suas diferentes formas de incluir” e trouxe Lourival Nascimento, Keila Tavares Alcântara, Glaucia Freire de Oliveira e Uendy Oliveira Feitosa para debater sobre a importância da inclusão no âmbito escolar e as práticas bibliográficas. O encontro foi mediado pela especialista em Educação Especial Karla Cristina Mendes Batista.

A professora Keila Tavares Alcântara trouxe ao público a “Banda Revolução Nuclear”, composta por 13 alunos da Unidade Educacional Especializada (UEES) Yolanda Martins, de Belém. Todos nasceram com autismo e deficiência intelectual. 

Em 2019, durante a Feira daquele ano, o grupo lançou um álbum com 9 composições que tiveram a participação dos alunos em sua composição. “Hoje, a gente percebe que as famílias ficaram extremamente felizes com o desenvolvimento deles, seja pela atuação no palco, seja pela forma como se expressam depois disso”, ressalta.

A segunda e última roda de conversa desta sexta-feira teve o tema “A prática da audiodescrição na acessibilidade literária”, debatido com as professoras Joana Martins e Mônica Carvalho. Durante o encontro, foram discutidas as principais ações pedagógicas sobre a temática - como a realização de palestras volantes, oficinas de orientação e mobilidade, livro falado, iniciação à audiodescrição, audacity, gravação e edição de textos e ainda além de produção e distribuição de livros falados. 

Vale destacar que, na Arena Multivozes, há disponibilidade de audiodescritores e intérpretes de libras em todos os horários, do começo até o encerramento da exposição. Este ano, mais um recurso de acessibilidade foi garantido durante a Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes: trata-se das cadeiras de rodas que estão sendo disponibilizadas às pessoas idosas ou com deficiência para que possam visitar os estandes e demais programações culturais.

Serviço: 

A 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes segue até domingo (5), das 9h às 21h, na Arena Guilherme Paraense (Mangueirinho), em Belém.

Texto: Vinícius Leal (Ascom Seduc)