A partir de segunda-feira (12), diversos equipamentos vinculados à Secretaria de Estado de Cultura (Secult) integram a 23ª Semana Nacional de Museus, que neste ano traz o tema “O futuro dos museus em comunidades em rápida transformação”. Até domingo (18), todos os Museus e Memoriais do Estado estarão com entrada gratuita.
A programação valoriza as vozes e saberes de comunidades negras e tradicionais da Amazônia, com ações voltadas à memória, ancestralidade e patrimônio cultural, conforme destaca Armando Sobral, diretor do Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM/Secult). Segundo ele, a programação deste ano marca um passo importante na consolidação de uma política estadual voltada à memória e ao patrimônio:
“A Semana de Museus promove uma busca por reconhecimento e fortalecimento de políticas voltadas para esse setor de memória do Estado. Conseguimos trazer oficinas fundamentais para a qualificação de profissionais e implementação de espaços museológicos no estado. Essa semana marca um ponto de partida para pensarmos o Sistema Integrado de Museus não apenas como gestor dos museus da capital, mas como um órgão articulador de políticas públicas em todo o estado”, afirma Sobral.
Um dos destaques da programação é o “Diálogos com o Patrimônio”, iniciativa do Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Pará (Dphac), que promoverá rodas de conversa e atividades culturais. A proposta é estimular reflexões e fomentar políticas públicas que respondam às demandas socioambientais, artísticas e culturais de comunidades vulnerabilizadas.
Programação – Com o subtema “O futuro dos museus em comunidades em rápida transformação”, a programação começa na segunda, com abertura no auditório Eneida de Moraes, no Museu da Imagem e do Som (MIS), localizado no Centro Cultural Palacete Faciola, em Belém, a partir das 9h. O evento retorna às 14h, no mesmo local, com a continuação da programação, que seguirá até 17h.
Na terça-feira (13), as atividades ocorrem das 9h às 12h e das 14h às 17h, com a oficina de Elaboração de Plano Museológico.
Na quarta-feira (14), no auditório Eneida de Moraes, haverá a Oficina de Acervos Digitais: Plataforma Tainacan, das 9h às 12h e das 14h às 17h.
Na quinta-feira (15), das 9h às 10h, acontecerá o lançamento da Rede Virtual de Museus e Pontos de Memória do Pará, no mesmo local.
Na sexta-feira (16), das 9h às 12h, haverá uma mesa-redonda do “Diálogos com o Patrimônio”, no Salão das Artes (auditório); às 11h15, será realizada uma visita à Reserva Técnica, no Museu do Estado do Pará; a partir das 14h, ocorrerá a visita à exposição Tó Teixeira – Mergulho na Vida e Obra; no mesmo horário, até às 17h, acontecerá o Roteiro Patrimonial, que percorrerá o Museu do Estado do Pará, o Museu Forte do Presépio e o Espaço Cultural Casa das Onze Janelas.
Feira Preta
Simultaneamente, o Centro Cultural Palacete Faciola será palco da 1ª Feira Preta, com exposição de artesanato produzido por mulheres quilombolas do grupo “Rosas Negras”, da Vila Socorro.
A Feira Preta é uma iniciativa que busca valorizar e dar visibilidade à cultura das comunidades quilombolas de Tomé-Açu, especialmente por meio da atuação de mulheres artistas e artesãs locais. Nascida da demanda da própria comunidade — representada pela líder Duda Conceição —, a feira tem como objetivo destacar a ancestralidade africana, a criatividade e o patrimônio cultural expressos em seus artesanatos. Nesta edição, a feira contará com a participação de dez expositoras, que trarão ao público roupas afro, biojoias e serviços de trancistas afro.
A programação finaliza às 15h, no auditório Eneida de Moraes, com a mesa-redonda “Empoderamento e Trabalho: As práticas artísticas, culturais e políticas das mulheres artesãs do Quilombo de Socorro Mariquita”, seguida da exibição do documentário Tó, Violão Mestre, dirigido por Felipe Cortez, às 16h15.
A 23ª Semana Nacional de Museus é promovida em todo o país pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e incentiva a população a visitar museus e refletir sobre seus papéis sociais.