O Museu da Imagem e do Som (MIS) recebe, a partir desta terça-feira (7), a mostra “Claudia Andujar - Cosmovisão”. A exposição, até então, exibida somente em São Paulo, inaugura sua itinerância em Belém com uma mesa de abertura às 18h, no Auditório Eneida de Moraes, do MIS. Vão participar da conversa os fotógrafos paraenses Elza Lima, Alexandre Sequeira e o curador da exposição, Eder Chiodetto. O MIS exibe a mostra até o dia 18 de janeiro de 2026. A entrada é franca, mas sujeita à lotação do espaço.
O recorte da mostra exibida em Belém conta com 71 trabalhos produzidos pela artista ao longo de seis décadas e divididos em três ambientes diferentes no MIS. No primeiro espaço, os visitantes encontram seus trabalhos mais experimentais; seguem para um segundo, onde estarão as obras realizadas com o povo da etnia Yanomami; e terminam na exibição audiovisual do livro de fotos Amazônia (Praxis, 1978). Neste último, os visitantes também podem ver a videoinstalação Sonhos Yanomami (2002-2024), obra de Andujar que recebeu releitura do artista Leandro Lima.
A diretora do MIS, Indaiá Freire, enfatiza que os visitantes poderão desfrutar do trabalho de uma grande mulher e artista experimental, que gerou impactos significativos no cotidiano da população a quem se dedicou fotografar. “A gente se sente muito feliz por poder estar dando vazão a esse trabalho incrível desta grande mulher, dessa ativista política, acima de tudo, uma grande ativista política, nesse momento em que é necessário ouvir os povos originários, ouvir os povos indígenas, na tentativa de salvar o planeta Terra e, com ele, salvar a nossa existência. Então, quem vier ao MIS vai ver o trabalho incrível dessa grande fotógrafa”, enfatiza a diretora do MIS.
Claudia Andujar é reconhecida por usar a arte para denunciar negligências de poderes contra os povos Yanomami. Seus trabalhos são nitidamente atravessados por suas experiências de vida, enquanto refugiada da perseguição nazista. Andujar adotou o Brasil como pátria em 1955 e, desde então, se dedicou a retratar populações também afetadas por perseguições. É o que o público pode perceber através das séries Pesadelos homossexuais, Sonhos Yanomami e A Sônia, expostas no MIS.
O curador da exposição, Eder Chiodetto, exalta a importância da fotógrafa, que, como explica, “teve forte influência, por exemplo, para que a fotografia entrasse nos museus como arte nos anos de 1970”. Ele avalia a experimentação no trabalho de Andujar como um dos pilares da sua arte e se refere ao produto como uma reinvenção da realidade, através de sua perspectiva artística.
“Esta exposição tem foco nesse alto grau de experimentação pelo qual ela fez a fotografia passar. Fica claro que, como filha da geração de 1968, rebelde e que repensa o mundo, Claudia sente necessidade de recriar a linguagem fotográfica para poder se expressar”, afirma Chiodetto.
Serviço:
Exposição: Claudia Andujar – Cosmovisão
Abertura: 7 de outubro de 2025, às 18h
Ingressos: Entrada gratuita para o público geral, sujeita à lotação máxima
Período: 8 de outubro de 2025 a 18 de janeiro de 2026
Visitação: Terças-feiras a domingos, das 9h às 17h
Local: Museu da Imagem e do Som do Pará – Centro Cultural Palacete Faciola, Avenida Nossa Senhora de Nazaré, 138 – Belém (PA)
Texto de Maycon Marte / Ascom Secult